segunda-feira, 16 de agosto de 2010

‘Brasil não vai abrir mão de ser autossuficiente em energia’, diz Lula

Presidente defendeu a construção das usinas de Jirau e Belo Monte.
Segundo ele, é possível fazer hidrelétricas sem grande desmatamento. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (15) que "o Brasil não vai abrir mão de ser autossuficiente em energia”. Em visita à obra de concretagem da usina de Jirau, no Rio Madeira (RO), Lula defendeu a construção de hidrelétricas, inclusive a de Belo Monte, que será construída no Rio Xingu, no Pará, e enfrenta a oposição de ambientalistas e povos indígenas.

“Hoje já temos conhecimento suficiente para construir usinas sem fazer aqueles lagos muito grandes, sem precisar desmatar. (...) É possível ter um projeto de energia limpa, porque sem energia não tem desenvolvimento”, disse.

A usina de Jirau terá capacidade de 3.300 megawatts, sendo 1.975,3 megawatts médios de energia assegurada. O reservatório terá uma área de 258 km². Segundo Lula, a expectativa é de que parte da energia esteja disponível até março de 2012.
O presidente também comentou a descoberta de gás natural na bacia do Parnaíba, no Maranhão. Nesta quinta-feira (12), a OGX, companhia de petróleo e gás do grupo EBX, anunciou que encontrou gás no poço OGX-16, a uma profundidade de 1.654 metros. Nesta região, pelos cálculos do presidente da empresa, Eike Batista, há uma reserva entre 10 e 15 trilhões de pés cúbicos de gás natural.

“Estamos aperfeiçoado o conhecimento eólico, biogás. Vocês viram que ontem até no Maranhão descobrimos gás. Não se sabe ainda o total, mas o otimismo é exageradamente grande. Se fala de 12 a 15 trilhões [de pés cúbicos]”, disse Lula.

Concursos com inscrições abertas nesta segunda somam 10,6 mil vagas

Há cargos para todos os níveis de escolaridade.
Salários chegam a R$ 19.643,95 no Ministério Público de Rondônia.
Pelo menos 60 concursos públicos em todo o país estão com inscrições abertas nesta segunda-feira (16) e reúnem 10.636 vagas para todos os níveis de escolaridade. O salário chega a R$ 19.643,95 no Ministério Público de Rondônia.

Além das vagas abertas, há concursos para formação de cadastro de reserva, ou seja, os aprovados são chamados conforme a abertura de vagas durante a validade do concurso.

Pelo menos sete órgãos abrem as inscrições nesta segunda, são eles: Aeronáutica, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná, Conselho Regional de Medicina do Tocantins, Tribunal de Contas do Estado do Amapá, Prefeitura de Paraíba do Sul (RJ), Prefeitura de Uruguaiana (RS) e Universidade Estadual Paulista (Unesp).

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Candidatos fazem debate morno e sem confrontos

O 1° debate na TV pela Rede Bandeirantes teve a participação de quatro candidatos à Presidência da República: José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PV) e Plínio Arruda Sampaio (PSOL). O jornalista Ricardo Boechat mediou o encontro.

No evento, que começou às 22h15 e durou pouco mais de duas horas, o tucano José Serra teve mais disposição para criticar a sua principal adversária, a petista Dilma Rousseff, mas na maior parte do tempo, o clima foi morno, com poucos enfrentamentos.

No primeiro bloco, todos os candidatos responderam qual problema atacarão primeiro se eleitos: segurança, educação ou saúde.

O primeiro a falar foi o candidato do PSOL. Plínio Arruda Sampaio fez um pequeno protesto e disse que a mídia teria esquecido os candidatos nanicos. Segundo o candidato, o PSOL atacaria os três problemas ao mesmo tempo "com coragem".

Marina Silva foi a segunda a falar. Para a candidata, saúde é um dos primeiros problemas a serem enfrentados. "A saúde não pode esperar nenhum momento". Silva falou dos brasileiros que sofrem em filas para serem atendidos e lembrou que já viveu este problema no Acre.

José Serra comparou a importância dessas questões a órgãos do corpo humano. "Saúde e segurança tem a ver com a vida, educação com o futuro". Serra disse que, se eleito, o governo federal vai combater o crime de forma abrangente, vai "acelerar" a saúde no Brasil criando centros de especialidades e vai criar o ProTec, um ProUni de nível técnico.

A última a falar, Dilma Rousseff, disse que é papel do governo atacar simultaneamente os "três pilares da política pública do Brasil". Se eleita, a candidata quer melhorar a qualidade de ensino dando ênfase ao problema do professor e vai complementar o SUS (Sistema Único de Saúde).

Em seguida os candidatos fizeram perguntas entre si. Serra pediu mais explicações sobre os projetos de governo da candidata do PT. Marina perguntou sobre a experiência de Serra enquanto oposição e situação, e lembrou que nenhum dos dois grandes partidos que se revezaram no poder nos últimos 16 anos conseguiram esquecer as divergências.

Plínio perguntou para Dilma sobre desmatamento e redução da jornada de trabalho. E Dilma questionou como Serra, se eleito, pretende manter a criação de empregos como fez o governo Lula, alegando que durante os 8 anos do governo FHC o número de empregos não foi equivalente ao do governo atual.

O candidato do PSDB pediu que a petista não pensasse em governar olhando para o retrovisor e lembrou que a situação econômica do país é diferente hoje da época do governo FHC.

Diversas vezes os candidatos estouraram o tempo e os microfones foram abaixados.

Candidatos perguntam para candidatos

No segundo e terceiro blocos, os candidatos fizeram perguntas uns aos outros. Marina questionou Plínio como acabar com a pobreza. O candidato do PSOL disse que quer distribuir a renda de forma "radical", diferente do que fizeram PT e PSDB, que segundo ele, concentraram renda.

Dilma pediu que Serra comentasse dois programas do governo Lula: o da indústria naval e o 'Luz para Todos'. Serra não fez objeções e disse que o país também precisa ter indústria de peças para navios, e não só importar. Quanto ao 'Luz para Todos', Serra considerou o programa positivo. "Se eu chegar lá, vou inclusive acelerá-lo", completou.

Mais disposto a 'bater' em Dilma, Serra questionou a diminuição do número de mutirões na área da saúde. Dilma respondeu que esta não deve ser uma política de saúde do governo, e disse que o governo não acabou com os mutirões, mas os descentralizou.

Plínio Arruda Sampaio perguntou a Dilma sobre seus gastos como 'mãe do PAC'. Dilma disse que o governo Lula fez a mais profunda reforma agrária do país.

Jornalistas perguntam para candidatos

No quarto bloco, os jornalistas Joelmir Beting e José Paulo de Andrade fizeram perguntas aos candidatos. A altíssima carga tributária e os juros brasileiros, um dos mais altos do mundo, foram questões levantadas a Dilma. Para a petista, os juros vão cair e o Brasil soube como sair da crise financeira global.

Serra foi perguntado sobre as privatizações do governo FHC. Ele citou petistas que já elogiaram as privatizações do governo anterior, mas complementou dizendo que quer reforçar a estatização de empresas que já são do governo, como os Correios. Dilma questionou os contratos de privatização durante a presidência do PSDB.

Marina foi perguntada sobre qual política ambiental planeja priorizar: aquecimento global ou saneamento básico. A candidata do PV respondeu que "tudo faz parte de uma mesma equação" e completou que a defesa da natureza é uma "luta generosa" porque integra toda a sociedade, já que todos precisam do meio ambiente, da mesma forma.

O candidato do PSOL respondeu porque é contra a usina de Belo Monte. Para ele, a obra tem um preço exorbitante e a transposição do rio São Francisco servirá ao agronegócio. Na opinião dele, o Nordeste já tem água suficiente.

Considerações finais

Serra disse que estava feliz, apesar de não ter sorrido muito durante o debate. "Concorrer à Presidência me emociona, já que vim de uma família modesta". O tucano fez uma rápida síntese da sua vida e disse que vai abrir oportunidades para os brasileiros.

Dilma agradeceu aos candidatos, falou de sua experiência durante o governo Lula e conquistas. "As mulheres deste país estão preparadas para serem presidentes da República e o Brasil está preparado para elas".

Marina Silva disse que espera que nestas eleições os candidatos possam "sem negar as conquistas alcançadas até agora, assumir que ainda há muito por fazer". E finalizou com um poema.

Plínio de Arruda Sampaio, que protestou diversas vezes durante o debate dizendo estar sendo discriminado, disse que queria expressar a vontade política do brasileiro, que também é discriminado: "Vamos arrebentar este muro que nos divide".