terça-feira, 26 de julho de 2011

Planejamento da Economia Criativa

Cláudia Leitão reúne estados para colaboração com o plano estratégico da nova secretaria

A Secretaria da Economia Criativa, em estruturação no Ministério da Cultura (SEC/MinC), promoveu nesta quarta-feira (20), em Brasília, reunião com os secretários de Cultura dos estados e das capitais brasileiras. O escopo do encontro foi estreitar as relações com os entes e pedir a contribuição dos gestores na construção de ações e políticas públicas a serem implantadas pela nova secretaria.

“Passamos um longo tempo de maturação de um planejamento estratégico dessa nova secretaria do MinC e esse dia para nós é especialmente importante”, afirmou a secretária Cláudia Leitão. Ela explica que a SEC tem papel fundamental na inclusão produtiva, na formação de novos profissionais empreendedores e no desafio de tornar o Brasil um país inovador, porém garante: “Não faremos nada sozinhos, sempre haverá parcerias e vocês fazem parte dessa estruturação”.

A Secretaria da Economia Criativa caminha para a reta final de seu plano de ação que será lançado em agosto. Será apresentada uma série de produtos que funcionarão por meio da ação conjunta entre União, estados e municípios. Na publicação constará, além das diretrizes para o desenvolvimento da economia criativa no Brasil, a metodologia para auxiliar a implantação dessas ações em unidades gestoras voltadas ao tema.

Cultura e Desenvolvimento

Para Cláudia Leitão, a nova secretaria está retomando dentro do MinC o sonho do ex-ministro da Cultura, Celso Furtado, que defendia a dimensão cultural do desenvolvimento. “Nós acreditamos que temos um papel importantíssimo nesse resgate. A Cultura é estratégica na agenda do governo federal na discussão de políticas públicas para o enfrentamento e combate à miséria”.

A dimensão econômica, dentro dos três eixos previstos no Plano Nacional de Cultura, foi o que obteve menor destaque nos últimos anos. “Nós sabemos da importância da dimensão econômica e eu diria que do ponto de vista da Convenção da Diversidade Cultural, a participação dos estados e municípios foi fundamental para chegar onde chegamos”, afirmou Sérgio Mamberti, secretário de Políticas Culturais (SPC/MinC), que também participou da reunião.

Outros países já trabalham a economia criativa como alternativa de desenvolvimento. Em países emergentes, apesar da abundância de talentos criativos, a maioria tem potencial criativo sub-utilizado. Na Ásia e no Oriente Médio, a economia criativa está crescendo rapidamente, já na América Latina destacam-se a Argentina, Chile e México. O Brasil está fora da lista dos 20 principais exportadores de bens criativos e dos 10 mais dentre os exportadores dos países em desenvolvimento.

Pactuação

Aos secretários de cultura dos estados e das capitais foram apresentados os dados mais recentes sobre a economia criativa e as etapas já vencidas do plano de ação da SEC/MinC. Alguns entes já implantaram, ou estão em processo de implantação, de seus planos estaduais ou municipais de cultura. Eles agradeceram o convite para essa construção participativa e se entusiasmaram com o caráter inclusivo do plano estratégico da SEC.

“É importante alinhar todos os caminhos para que o Brasil se torne uma potência criativa, na verdade a potência nós já temos, precisamos ser inovadores”, afirmou Marcos André, coordenador de Economia Criativa do Rio de Janeiro. Já a representante do Pará, Ana Amélia, disse ter tido uma grata surpresa ao chegar para a reunião e notar a preocupação da SEC em se aproximar das secretarias de cultura.

Para a diretora de Economia da Cultura do Rio Grande do Sul, Denise Viana Pereira, “é absolutamente fortuito o momento para o estado”. Segundo ela, “é importante essa forma participativa e estamos totalmente abertos e interessados em poder desenvolver com vocês todo esse trabalho apresentado”, garantiu.

Osvaldo Viégas, secretário de Cultura de Alagoas, parabenizou Cláudia Leitão e sua equipe por transmitirem entusiasmo aos presentes e se colocou à disposição para contribuir na construção de marcos legais para o setor. Observou que chegar em cada município brasileiro será difícil e aconselhou que o foco esteja, a princípio, nos estados. Janaína Cunha, Superintendente de Ação Cultural de Minas Gerais, gostou do grau de maturidade da SEC/MinC, pois acredita que “o tema é amplo e não definitivo, mas possui alinhamentos definidos, o que facilita a discussão do assunto no país”.

Compartilhamento

Os cinco desafios da Economia Criativa no país foram apresentados aos secretários de Cultura dos estados e capitais. Os gestores foram provocados a propor sugestões para o levantamento de informações e dados da Economia Criativa; Articulação e estímulo ao fomento de empreendimentos criativos; Educação para competências criativas; Produção, circulação/distribuição e consumo/fruição de bens e serviços criativos e Criação/Adequação de Marcos Regulatórios para os setores criativos.

Dentre as sugestões estão o mapeamento de experiências para o fomento a territórios criativos que já existem no país e a criação de uma rede de espaços criativos. No que diz respeito à Educação, foi proposto um estudo sistemático sobre Economia Criativa e apoio a grupos de estudos nas Universidades.

Foi unânime a sugestão de revisão da lei 8.666/1993, que, segundo os gestores, muitas vezes, atua como um complicador para o trabalhador da cultura. Também sugeriram a criação de um Programa de Incubadoras de Economia Criativa com sede em cada estado.

Serão criados grupos de trabalho permanentes nos estados e capitais para que as atividades prossigam com sucesso. A SEC/MinC irá aos estados e capitais para ajudá-los na construção desses GT’s. Será encaminhado um modelo de minuta para um acordo de cooperação no sentido de criar os grupos e institucionalizar a parceria na implantação de políticas públicas para economia criativa no país.

Fonte: Ministerio da Cultura


quinta-feira, 21 de julho de 2011

Acervos Literários

Ibram/MinC e ABL assinaram dia 14 acordo para a preservação do acervo da Academia

O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC) e a Academia Brasileira de Letras (ABL) assinaram, nesta quinta-feira (14) acordo de cooperação. O objetivo é promover a preservação, gestão e difusão dos acervos documentais, bibliográficos e artísticos da ABL e de seus acadêmicos.

O acordo foi assinado pelo presidente do Ibram, José do Nascimento Junior, e pelo presidente da ABL, Marcos Vinicios Vilaça, na sede da Academia, no Rio de Janeiro. “Assinar um termo de cooperação com uma Casa como a ABL é uma honra e motivo de orgulho para o Ibram”, disse o presidente do Instituto.

Caberá ao Ibram prestar consultoria aos técnicos da Academia nas ações de gestão, preservação e divulgação de suas coleções, assim como promover, em conjunto com a ABL, planos de trabalho para a identificação de coleções pessoais de interesse para a memória da literatura brasileira. Também será atribuição do Instituto orientar sobre processos legais de proteção a coleções e sobre a criação de museus relacionados à literatura brasileira.

À ABL caberá tornar disponíveis fontes e bases de dados sobre a história da literatura brasileira. Outra atribuição será a de fornecer dados sobre as coleções pessoais que estão sob a guarda da Academia. O acordo permite, ainda, que as duas instituições estabeleçam novos campos de cooperação.

Nascimento destacou que a assessoria a ser prestada pelo Ibram faz parte da missão do instituto de apoiar entidades que produzem suporte à memória do país. Em sua avaliação, a difusão desses acervos aos cidadãos reforça o conceito de direito à memória e ajuda a manter as produções para conhecimento das futuras gerações. “Só preserva quem conhece. Por isso, quanto mais a população conhecer esses acervos, melhor será a preservação para as próximas gerações”, afirmou.

Para o presidente da ABL, o acadêmico Marcos Vilaça, havia grande disposição e interesse da ABL em efetivar a cooperação com o instituto. “Somos, de certa forma, uma casa de memórias muito solidária com a ideia de sistematização de uma cadeia de museus no Brasil”, disse.

Nascimento informou que, de acordo com o Cadastro Nacional de Museus (mantido pelo Ibram), o Brasil possui hoje 73 instituições museológicas que desenvolvem atividades ligadas à memória da literatura brasileira, sendo que 17 delas têm nomes de escritores da Academia Brasileira de Letras (Veja aqui a relação).

ABL

Fundada em 20 de julho de 1897, a Academia Brasileira de Letras tem por fim o cultivo da língua e a literatura nacional. É composta por 40 membros efetivos e perpétuos, eleitos em votação secreta, e 20 sócios correspondentes estrangeiros. A Memória da ABL é formada por acervos arquivísticos e museológicos relacionados com a história da Academia e com a vida e a obra dos patronos, membros efetivos e sócios correspondentes. Seu acervo museológico é formado por obras de arte, mobiliário de época e peças de arte decorativas, assim como objetos de uso pessoal dos acadêmicos. O Arquivo da ABL tem grande variedade de documentos textuais e iconográficos. É composto por correspondências, discursos, originais de obras
literárias, fotografias e periódicos.
Fonte: Ministério da Cultura